Os deputados alvos da Operação Lava Jato votavam ontem em peso pelo impeachment. Dos 23 investigados ou já denunciados pela Procuradoria-Geral da República por suposto recebimento de propina de esquemas de corrupção na Petrobras e em outras áreas do governo, 17 disseram sim ao processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Outros quatro foram contra e um faltou à sessão da Câmara. As exceções foram os envolvidos que integram a bancada do PT.
A maioria dos parlamentares foi citada pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em colaboração com a Lava Jato. Os dois delatores detalharam a participação de dezenas de políticos beneficiários de propina. Os depoimentos ajudaram a embasar pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Todos têm negado irregularidades.
No PP, partido com mais investigados (17), 14 implicados foram favoráveis ao avanço do impeachment. No total, a legenda tem 45 parlamentares na Câmara e já havia orientado o voto contra o governo, após desembarcar na última hora da gestão Dilma. Na sessão, os discursos dos investigados destoaram dos demais parlamentares. Em vez de martelar ao microfone a necessidade de acabar com a corrupção - opção da maioria -, eles preferiram dedicar o voto aos parentes, ao Brasil e suas bases eleitorais.
"Pela coerência do meu mandato, pela minha mãe de 93 anos, pela minha família, esposas, filhos, netos e primeiro bisneto", disse Roberto Balestra (PP-GO), um dos 38 políticos alvos do inquérito que apura o chamado "quadrilhão" que teria recebido suborno na Petrobras. A ele são atribuídos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, além de formação de quadrilha.
Do diário de Pernambuco


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